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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Resenha - O Preço de Uma Lição

Título Original:O Preço de Uma Lição
Gênero: Romance, YA
Autores: Federico Devito && Guti Mendonça
Edição:
Ano: 2011
Editora: Novo Conceito
INBS: 9788563219664
Nº de Páginas: 366
Sinopse:

    Os meninos são, sim, capazes de amar. ”Tem um ditado que diz que o amor é cego. É justamente o contrário. Quando você ama de verdade, é capaz de ver coisas que ninguém consegue. Falam que você não consegue enxergar os defeitos, pura mentira também! Você vê, estão todos lá. Mas vê também algo que só você pode, como lidar com eles e contorná-los. Então, o amor não é cego, ele é a maior lente de aumento que já inventaram.” 
   Como acontece esta coisa chamada amor? Nasce junto com a gente, mas não depende só de nós. A gente sofre e faz sofrer, ama e é amado. E com isso aprende muita coisa. Lições que trazem consequências, problemas e soluções. 
   O preço desse aprendizado transforma o garoto em um homem. Esta narrativa, cheia de incidentes, mostra que – ao contrário do que dizem algumas garotas – os meninos são, sim, capazes de amar. Quais as transformações que o amor pode provocar na gente? O que ele ensina? Qual o seu preço? Acompanhe a jornada de um jovem, transformado pelo amor, à procura dessas respostas.


    Bom, quando eu comecei a ler esse livro automaticamente me lembrei de uma época da minha vida que poderia se resumir em uma única palavra: fanfic.  Para aqueles que desconhecem o termo, fanfic ou fanfiction é um termo derivado das palavras Fan e Fiction e pode ser traduzido literalmente em Ficção do fã trata-se de histórias que os próprios fãs inventam, seja por hobbie ou por não ter gostado do trabalho final do autor, e pode ser sobre série, anime, filme, livro ou qualquer coisa. O fato de eu ter recordado-me de Fanfics só podia ser resultado de uma coisa: escritor novato e uma linguagem que hoje já não me agrada (é, gente, o estilo literário das fanfics, hoje em dia, só me trazem dor de cabeça).
   O Preço de uma Lição tem uma sinopse cativante, capa chamativa e a temática jovem atrai desavidados. Admito que comprei o livro por dois motivos: primeiro, estava vinte reais; e, segundo, todo e qualquer blog falava desse livro, achei que fosse bom. Tola desilusão. 
   O livro é escrito em primeiro pessoa por um garoto sem nome que não me cativou. Tal- vez o fato de ele ser "perfeito" aos olhos da meninas seja exatamente isso: aos olhos das meninas, porque eu não gostei dele. A narrativa é muito cansativa. Há um excesso, mas um excesso mesmo de diálogos. E a pior coisa: não há descrição do local, nenhuma. Isso me desanimou muito na leitura, pois eu meio que pinto (na mente) o cenário do livro onde os personagens andam. Como pintar se não há cenário? Triste, decepcionante, cansativo.
   Outra coisa presente e desanimadora foi o excesso de "eu te amo". Era "eu te amo" para cá e para lá. Gente, na minha humilde opinião, quanto mais produto há no mercado mais baixo fica o preço e mais desvalorizado se torna a mercadoria e, analogias à parte, quando se diz "eu te amo" a cada dois segundo, isso deixa de ser especial, torna-se desvalorizado. Chega a ser mecânico, e foi isso que senti no livro. A paixão toda que o protagonista mostra durante a maior parte da narrativa, para mim se mostrou doentia. Não que eu não acredite em amor incondicional, ao contrário, já li muitos romances que tratam, ou mostram, de amor incondicional, mas o jeito como o amor dele foi descrito, as atitudes e todo o mais depois, eu repito, depois do trágico incidente (quem já leu sabe, quem não leu, leia) me fizeram acreditar nisso.
   Os peronagens, por outro lado,  não são totalmente revelados. Pelo fato de serem vistos com os olhos do protagonista, você acaba tendo as mesmas concepções por ele tomadas. Um fato curioso, e que também me levou a afirmar o que disse no início da resenha, foi a descrição dos personagens. Essa foi bem no estilo fanfic. Um exemplo, não contido no livro:

   Mariana era uma garota alta. De lindos olhos azuis e cabelos escuros que desciam pelas costas até a cintura. Tinha uma pele branca e macia...

   Quem já leu uma fanfic, vai perceber a semelhança. 
   Os personagens, como já disse, são muito definidos segundo as percepções do sem no- me. Mas, óbvio, não há como fazer uma resenha sem a personagem mais citada: Juliana é o amor da vida dele. Meiga, inteligente, carinhosa, amiga, alegre, comunicativa, bem- humorada, jovem, bonita, culta, inocente e criança. Juliana é mais nova que ele. Mas o que ele encara como ser mais "madura" pode, e foi, encarado por mim como um jeito diferente de reagir a situações onde se espera determinada reação. Simples: ao invés de ter raiva, ficar triste; ao invés de rebater, abaixar a cabeça e coisas assim. Só me mostram jeitos diferentes de reagir, não me provam maturidade nenhuma. Mas Juliana é, sim, atraente, não há como negar. Mesmo assim, ela é dependente (mas pela idade que por algum motivo) e como qualquer um, tem defeitos. Mas o protagonsita, para variar, não vê e isso irrita.
   A diagramação do livro é simples. As páginas são amareladas, permitindo a leitura em ambientes com forte luz solar e, como sempre, a Novo Conceito, traz livros com qualidade e resistência, mas bem leves. Bem leve mesmo, facilitando o manuseio para quem tem problemas como artrite nas mãos. Erros de português são praticamente imperceptíveis. Mas para o final do livro eles começam a acontecer com certa frequência. Pontuação gramatical deixa a desejar algumas vezes, mas nada que comprometa a leitura nem que seja amplamente perceptível. Eu só encontrei porque procurei mesmo - queria saber se só as traduções vem com erros, maluquices minhas.
   Por fim, vale dizer que a história, no final se justificou. Fiquei até com dó de apontar todos os problemas que apontei, mas ninguém é obrigado a adivinhar nada e, se não tivesse me comprometido a resenhar para vocês e nem tivesse pago, teria largado a leitura por ser tão chata no início, no meio e no fim - pois é, não gostei mesmo.
   Me perdoem as fãs do Federico Devito, que eu já vi atacarem várias resenhas negativas desse livro, mas tudo acima é minha mais sincera opinião. Também já amei livros que todos odiaram, sei como é. Acho que o maior erro desse livro foi estar atrasado uns três anos. Três anos atrás ele talvez levasse nota máxima, mas, infelizmente, hoje ele e vai ficar com:



   Dei essa nota porque acredito que a temática não seja ruim. A idéia foi até muito boa, mas era uma jóia ainda a ser lapidada. O fim me fez ver o porquê de vários dos problemas identificados no decorrer da narrativa, mas não pode justificar nenhum deles. A narrativa continuou cansativa, mas sei que mudar qualquer coisa a faria perder suas principais carcteristicas e singularidades e, se os autores estão satisfeitos com o trabalho, então parabéns, pois há quem goste do livro, eu acho.