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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Resenha - Estilhaça-me

Título Original: Shatter-me

Gênero: Distopia / Romance
Autora:Tahereh Mafi
Edição: 1º
Ano: 2012
Editora: Novo Conceito
INBS: 978-85-01-08370-8 
Nº de Páginas: 450
Sinopse:
   Ninguém sabe porque o toque de Juliette é letal, mas O restabelecimento tem planos para ela. Planor para usá-la como arma.
   No entanto, Juliette tem seus próprios planos.
   Após uma vida inteira sem liberdade ela descobriu uma força para lutar contra todos pela primeira vez - e pata obter um futuro com o garoto que ela pensou que fosse perder para sempre.

   Creio que a primeira informação necessária é a de que o livro é uma distopia, ou seja, se passa em uma realidade após muitos desastres, sejam eles naturais ou os causados pelo homem (no fim acaba sendo um somatório de ambos) e é no meio desse mundo em estágio terminal que sobrevive a nossa protagonista: Juliette Ferrars.
   Juliette é uma pessoa que foi flagelada desde sempre. Nunca conheceu carinho, amor e nem mesmo respeito. Mas, ao contrário do que se espera, ela não se tornou uma pessoa amarga, não passou a desejar o mal dos outros, só queria ser aceita e, para isso, sempre foi submissa, obediente. 

Ninguém se importa com o fato de que eu não sabia do que era capaz. De que eu não sabia o que estava fazendo. Pág 5
    E é também nesse mundo que surge O Restabelecimento. Uma organização que prometia trazer de volta a normalidade ao mundo e, para isso, impôs um regime militar altamente totalitário e autoritarista.


SALVE-NOS!
JUNTE-SE A NÓS!
RESTABELEÇA A SOCIEDADE! Pág 56
O Restabelecimento prometeu um futuro perfeito demais para ser possível e a sociedade estava deseperada demais para não acreditar. Elas nunca perceberam que estavam vendendo suas almas a um grupo que planejava tirar vantagem de sua ignorância. Seu medo. Pág 57
   Acontece que O Restabelecimento percebe em Juliette a arma que eles necessitam para destruir o pouco que sobra da resistência - o último grupo com sanidade que ainda não foi subjugado - se é que esse grupo existe. A arma que nem mesmo ela sabia que era. E é que tudo começa. Será que Juliette terá forças para lutar contra essa esmagadora imposição, ou será que se submeterá à vontade dos outros mais uma vez?
   A narrativa é em primeira pessoa, feita pela própria protagonista. Isso, ao mesmo tempo, gera uma afeição a ela, pois você sente na pele (bom, até onde se é possível lendo haha) o que ela passa, mas restringe a percepção geral dos acontecimentos, percebendo tudo como ela percebe. Uma outra coisa, que já vem se tornando um clichê pra mim, é a mistura de narrativas em primeira pessoa e amores incondicionais: eu já perdi a conta de quantas vezes isso vem aparecendo, e eu acho que é a hora das autoras que escrevem para o público que consome esse tipo de leitura se arriscarem em algo mais verosimilhante. Isso, ao meu ver, abriria também as portas para os que se recusam a ler coisas muito melosas.
   Entretanto, uma coisa que eu achei muito interessante na escrita do livro foi o uso do recurso gráfico de riscar: ESSE AQUI. No decorrer do livro é usado muitas vezes e, apesar de muitos não terem gostado disso, eu tentei entender o porquê de usar isso. O que no início parece um mero modo diferente de escrever pode ser interpretado como aquilo que temos vontade de falar, mas que, por pressão social, ou mesmo de regimes autoritários, não falamos. Também pode ser entendido como o fato de "riscarmos" até mesmo o nosso modo de PENSAR por qualquer motivo externo que seja. Outra coisa a escrita, e essa não em agradou nem um pouco, foi o não uso de vírgulas nas enumerações ou repetições. Ambos fortemente usados em toda a narrativa 
   Os personagens foram bem construídos, mas como a narrativa não envolve muitos personagens secundários - com exceção do final - não foi um verdadeiro desafio. Mesmo sendo em primeira pessoa, a quantidade de tempo que se passa com cada personagem é suficente para delinear suas características, ou a falta delas, em um suspense não muito forte. 
   A história se passa basicamente entre Adam, Juliette e Warner. Todos possuem segredos, todos descobrem e revelam coisas durante o livro, o que não deixa o clima de descobertas baixar nunca.
   As coisas começam mesmo a se estilhaçar quando vamos chegando no fim... A minha impressão foi de que a autora não soube como guiar a história sem ficar com tanto tom de X-men e, sendo muito realista, todo o suspense que o início do livro gera meio que se desmancha ao chegar no fim... 
   A maneira como terminou, além de tirar a individualidade da ficção científica de Estilhaça-me, deu fortes dicas de como ela vai explicar essas anormalidades características especiais, e nisso a história vai cada vez mais se parecendo com a HQ.
   Mas mesmo com tudo isso, eu realmente gostei da leitura.  Você realmente fica com vontade de saber mais e quando eu tiver a oportunidade de ler o próximo, vou ficar muito feliz se descobrir que eu estou errado! 
   Recomendo para quem gosta de romances com aventuras leves. O livro é realmente uma distopia, mas esse fica longe de ser o enfoque principal, então não vá esperando por isso.


Conceito final de Estilhaça-me é:





Abaixo o Book Trailer oficial de Shatter-me (sem legenda!)